PARTE
I
Noite
de céu completamente negro em Januário do Sul.
Duas
alunas do cursinho pré-vestibular do Unificado sempre seguem juntas o trajeto
de suas casas até o Terminal de ônibus. Uma rotina diária cansativa que elas já
não agüentavam mais. As duas colegas, Andressa e Marta, eram inseparáveis, uma
completava a outra. Foram criadas juntas e hoje também almejam junto o mesmo
sonho, a formação em engenharia marítima. Mas para isso, elas precisam
enfrentar todo o dia um árduo caminho até o curso extensivo noturno
pré-vestibular. Suas mães ficavam sempre muito preocupadas com as duas moças,
ambas com 17 anos de idade e extremamente lindas, eram alvo fácil para
marginais, seqüestradores e estupradores. Mas o sonho delas era ainda maior que
estas adversidades do destino. Por dádivas anteriores, nunca nada de incomum havia
acontecido com as garotas. Pelo menos não até aquela noite. Sexta – feira era
sempre especial. As duas se vestiam sempre combinando, e geralmente com roupas
provocantes. Nessa sexta feira não foi diferente, combinaram de vestir mini
saia e top.
O
tema escolhido da semana era desenhos e afins. Andresa vestiu azul bebê com
tema da Hello Kitty, já Marta foi para o básico rosa - choque da Barbie.
Pareciam duas divindades da beleza. Quem não conhecia poderia jurar que eram
gêmeas. Saindo de suas residências, lá se vão às duas garotas cantarolando
Madonna. O trajeto da casa delas até o ponto era de aproximadamente 15 minutos.
Elas moravam próximo ao clube pouco conhecido e esquecido chamado “Chamas”, um
local que antigamente era muito badalado. Precisavam percorrer uma subida de
estrada de chão um pouco íngreme, passar por algumas residências e um tímido
comércio, para enfim chegar até o terminal Metropolitano.
Ocorreu
tudo de maneira perfeita neste dia, foram para o curso no centro de Curitiba,
estudaram dedicadamente e retornaram para o terminal de Santa Quitéria. Eram
apenas mais 15 minutos até voltarem para casa e poderem descansar de mais uma
semana cansativa. No meio do percurso o celular de Marta toca. Ela atende e
ninguém a responde, então ela desliga. Não da importância ao número que ligou
para ela e seguem em frente. Chegando à descida de chão batido, um dos poucos
postes que estavam acessos explode secamente. Andressa solta involuntariamente
um grito de susto. As duas se abraçam e seguem a caminhar. Os pêlos de Andressa
se arrepiam por completo e sua face fica pálida quando ouve passos, junto de um
som de arrastos de ferro atrás delas. Seriam correntes?Sussurra no
ouvido de Marta que tem a impressão de que alguém está seguindo elas. Marta
ignora e diz que deve ser o Toni, um jovem tarado de 25 anos que toda
sexta-feira fica espiando as duas voltarem do cursinho. Andressa não acredita
nessa hipótese, pois já conhecia Toni e sabia que ele era mais discreto que
esse som. Toni não faria isso comigo.Pensa Andressa. O barulho que
ela ouviu era estranho, macabro, algo surreal.
De repente Marta tropica em uma pedra solta no chão, e como...
Continua.
Jeferson
K.
ATENÇÃO: Texto fruto da imaginação do autor.
Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.
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