quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Flor Misteriosa



A Flor Misteriosa
Mistérios, Imaginações.
Essa Flor eu não conheço pessoalmente,
Ainda não tive a honra de ficar na sua frente.
Flor que na minha mente guarda muito mistério,
Dentro da minha alma, algo me diz que deveria ser um caso sério.
Uma linda flor tem a capacidade de nascer em qualquer lugar,
Toda noite quando vou dormir só penso em te amar.

De todas minhas dores,
Se algum dia eu não gostei de flores,
Esse dia eu desconheço.
Mas como pouco entendo delas, sempre a espaço para um começo.
Desde o dia em que tive a coragem de lhe conhecer,
Percebi que minha visão sobre flores evoluiu muito.
Com sua beleza você chegou e deixou a concorrência desleal,
Mesmo competindo com a mais bela e rara flor de um jardim,
Sim, queria entender como ter você perto de mim.

Por horas posso admirar o seu olhar,
Simplesmente impossível não se apaixonar.
Como uma pétala de Jasmim solta ao vento,
Parece que você é o melhor invento,
Minha imaginação voa livre...
E em um instante astuto,
O meu coração bate mais forte nesse minuto.

Todos os seus segredos, Oh! Flor Misteriosa, sonho descobrir,
Dividir os meus e depois sorrir.
Como alguém como eu não pude antes perceber,
Que na vida é uma paixão que faz o mundo acontecer.

Depois que comecei a conhecê-la,
Minha vida começou a ter um novo sentido.
O sentido de que uma paixão só é linda,
Se encontrarmos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.
E deste modo, realmente viver!
Intensamente o hoje,
Lembrando o passado, planejando juntos um futuro.

Talvez não sejam possíveis momentos de certezas absolutas,
Mas a garantia de alegria constante mesmo durante as lutas.
O meu jardim com você agora ganha vida,
Curou de modo especial toda aquela ferida.
Como num sonho mágico um nobre evento ocorreu,
Oh! Flor Misteriosa... Como faço para ser seu?
Naquela noite, com o luar maravilhoso da primavera. As flores do jardim impressionantemente ganhavam vida. E pouco a pouco todas começaram a se reunir próximas a Flor Misteriosa.
Um raio tímido de luz surgiu da Lua, branca como a neve, cortou a imensa escuridão da noite e atingiu o rosto da Flor Misteriosa. As flores inexplicavelmente começaram a falar:
A Margarida elogiou os olhos da Misteriosa.
A Tulipa comentou sobre seus lindos cabelos.
A Rosa Vermelha ficou meio enciumada... Mas cedeu, apontando e elogiando o seu fascinante sorriso.
A Rosa Branca, Ah! A sábia Rosa Branca... Ela tinha o dom de ver além da beleza externa desta Flor Misteriosa... Ela conseguia enxergar o seu caráter, sua pureza e sua vontade de crescer na vida... A Rosa Branca se abriu, emocionada, e derramou lágrimas de alegria na grama verde escura.
Com essas palavras as demais flores ali presentes, em uníssono admitiram sem pestanejar. A Flor Misteriosa era a mais bela dentre elas naquele imenso jardim. O jardim chamado Terra!
Jeferson K.
23/01/2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A mente de um soldado – parte II


A mente de um soldado – parte II

Traumas de guerra são constantes
Abalam os que se denominam veteranos
Indivíduos que dedicaram muitos anos
Lutando por motivos banais
Efetuando mortes desleais

Se alguém lhe perguntar:
O que leva um humano a matar outro humano?
Eles diriam sem pestanejar:
A força e a superioridade de nosso país!

Agora eu lhes questiono:
Que país? Quem é que tem direito de matar outro pai de família?

Ah... Ignorância de governantes
Mentecaptos orgulhos e repugnantes
Deixaram toda população em seus recônditos com os corações pulsantes
Calafrios e devaneios totais
Não, não verei você minha filha, nunca mais!

Papai você não pode ir!
Desculpa minha filha o dever não me deixa fugir!

Hoje, mesmo depois de muitos anos
Tento me esconder debaixo de alguns panos
Busco não me lembrar e pensar quantas vidas tirei,
quantos sonhos eu roubei...

É inevitável. A insônia me persegue
Parece que todas as almas dos soldados que dilacerei
Estão ao meu redor, e eu estou no centro. Como um rei!
Uma majestade das trevas
Glorioso soldado vencedor
Que hoje, mesmo depois de 30 anos, só sabe o que é sentir dor.


O Homem do Facão Sangrento - Parte FINAL


 O Homem do Facão Sangrento - Parte FINAL
Assim que Toni chega à sua tapera, liga seu rádio relógio em uma estação suave, prepara uma dose de Martini na mesa da cozinha e bebe tudo em um único gole. Resolve ligar para alguma igreja, alguns centros de rituais sobrenaturais, seitas diversas, entre outras coisas absurdas. Retira o fone do gancho e começa a discar o número da igreja mais próxima, decidido a revelar o caso ao padre Thomas. Esse padre era a pessoa que ele mais poderia confiar, pois foi o padre que o batizou, realizou sua primeira comunhão e o crisma. Será que ele vai acreditar em mim? Pensava Toni. No momento de digitar o ultimo algarismo do seminário onde Thomas mora, um barulho sinistro o assola. Uma explosão pouco sensata vem da sua cozinha, seguido de barulhos de cacos de vidro caindo pelo chão. Toni se assusta ao pensar o que causou este grande estrondo, então corre em direção à sua cozinha para verificar. Na mesma hora fica pálido e ofegante. Os cacos de vidro estavam vertendo sangue. Com as mãos na cabeça Toni resolve sair da casa, mas para sua infelicidade a porta se trancou e o trinco estava com um calor absurdo, fervendo como lavas de um vulcão feroz. Gritou de dor ao queimar a palma da mão e correu em disparada ao seu quarto. Retirou de uma gaveta próxima a sua cama de casal mal arrumada um revólver calibre 32 carregado de balas. Eu te mandarei novamente para o inferno seu miserável. Já sei quem é você! Gritava Toni já com o pressentimento de que fosse Clóvis.
Uma sombra flamejante se projeta em seu quarto. Toni começa a tremer e recuar até a quina das paredes de seu quarto, com a arma apontada para a porta. A primeira coisa a aparecer dentro do quarto de Toni foi o facão. O colossal facão de Clóvis, que reluzia ferozmente a triste e tímida luz do foco do ambiente, balançava para todos os lado. Toni dispara dois tiros no facão, em vão. As balas ricochetearam no artefato de metal e foram em direção opostas, perfurando as frágeis paredes de madeira da tapera. Surpreso com o efeito colateral que ocorreu Toni decide gastar as quatro balas restantes no peito de Clóvis. O ser, que parecia ter adivinhado o pensamento de Toni, da às caras e deixa seu peito bem a mostra, levantando seu único braço para cima. Toni não pensa duas vezes e descarrega tudo no seu peito. Sangue espira pelo chão de cimento rústico e pela cama. Clóvis esboça um sorriso, entretanto desiste da graça e “engatilha” seu facão, jogando sua mão para trás. Com um urro alto, dispara o facão na testa de Toni, que gruda na parede em estado de óbito na mesma hora.
Clóvis se aproxima da vítima, admira todos os por menores da ferida (do rombo?) e retira seu facão do crânio. Em seguida, desaparece do local.
 Demorou três semanas para encontrarem o corpo de Toni apodrecendo naquela casinha de madeira de São Gabriel. O delegado da cidade encontrou todas as fitas, vídeos, jornais, relatórios e demais registros pessoais do rapaz. Estudou tudo detalhadamente, e com medo de ser a próxima vítima do ser sobrenatural, resolve levar tudo para o cemitério e queimar todo o material em cima da cova antiga de Clóvis. Quando chegou ao cemitério municipal de Santa Quitéria o delegado ficou pasmo. Estranhou o curioso fato da cova de Clóvis estar ali há quase meio século, sem que nunca fossem enterradas outras pessoas naquele local. De qualquer modo continua com seu plano. Tenho que eliminar todo esse material, para mim chega dessa palhaçada toda. Quando o delegado acende o seu isqueiro para dar início à queima de todo material de Toni, um braço putrefato com um facão sangrento sai da terra fria e úmida decepando com brutalidade o seu braço. Na seqüência, o delegado é esquartejado. Para encerrar, Clóvis enterra precariamente os pedaços do policial no mesmo local onde foi enterrado a mais de quatro décadas.
No outro dia pela manhã, duas crianças passavam pelo lado externo do cemitério, caminhando em direção a escola. Olhando para os céus as duas garotinhas inocentes não conseguiam compreender o que estava acontecendo naquele local. Um enorme bando de urubus e abutres sobrevoava furiosamente toda a extensão central cemitério da pacata cidade de Januário do Sul.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A mente de um soldado – parte I


A mente de um soldado – parte I

Temerários guerreiros da ingratidão
Em seus pensamentos, nada de compaixão
Seres que não possuem medo da morte
Buscam aconchego em meio aos armamentos de alto porte

A lavagem cerebral se inicia
Só mais uma vida que vai se despedaçar
Outra família que vai chorar

Sangue que jorra, corpo que cai
Mais uma vida que se vai
Quem se importa com mais uma desgraça
Para eles, isso não é nem ao menos uma ameaça

Os seus equipamentos bélicos os confortam
Mais suas mães não suportam
A imensa dor que fica estagnada em suas gargantas
O peito arde como brasas ingênuas em um fogo brando
E logo todos os guerreiros se vêem caminhando
Seguem por entre uma pequena trilha
Oh céus, é uma armadilha...

Não se preocupem com o vulnerável
Vamos por partes, vamos ensinar
Que a guerra é o único ato que consegue provocar em um ser humano: a Volúpia
E que o nosso país ao invés de mostrar o que é amar
Só sabe dizer em uma só voz:
“Vem, vamos matar”

Jeferson K.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Homem do Facão Sangrento - PARTE III


PARTE III
O caso Clóvis - 1961 – Santa Quitéria
Relatório misto de possíveis testemunhas do homicídio. Redator: Jhonas Tobkan
Clóvis era um sujeito normal. Levava muito bem a sua pacata vida de colhedor de cana na cidade de Januário do Sul. Era um homem honesto e muito admirado pelos parentes e colegas de profissão. Sua humildade assombrava seus amigos mais íntimos que até buscavam aconselhá-lo a ser mais firme, mais rude, preservar seus “colhões”. Sua estatura era padrão, com um metro e setenta e dois de altura pesando 72 quilos, não era nenhum homem gigante que botasse medo em algum valentão.
Em uma noite de sexta-feira, Clóvis voltava do bar para sua casa, com um elevado grau de embriaguez. Depois de uma festa entre amigos no boteco “Caneca Azul”, ele foi surpreendido. Clóvis foi abordado por três assaltantes armados até os dentes. Os delinqüentes possuíam facas, canivetes e o último, parecendo o manda-chuva, portanto um facão caseiro. O facão do indivíduo era monstruoso, gigantesco, lembrava uma foice. A rua neste momento estava deserta. Clóvis não teve escapatória. Um dos malfeitores, com uma faca extremamente pontiaguda, entretanto muito pequena, perfurou o seu pulmão direito duas vezes com uma força colossal.
A vítima gemeu baixo. Suas pernas amoleceram, sua respiração no mesmo momento ficou ofegante, então grunhiu silenciosamente. Após ele se ajoelhar ao chão, ele é golpeado com uma força brutal, o rapaz mais raquítico do bando desfere um soco de mão cheia em sua face. Clóvis já parecia que não sentia dor alguma. Novamente o magrinho prepara nova bofetada na cara do pobre homem, porém é impedido pelo grandão do bando. O manda chuva, com sua careca brilhante, ante a luz fraca de um pequeno poste de luz tímida, solta um grito estrondoso, levanta seu facão majestoso e com apenas um golpe, decepa o braço direito de Clóvis. No exato momento que o braço dele cai no chão, ele desmaia.
Os três sacanas começam a rir sem parar. Até que o grandão manda todos calarem a boca. Cospe no rosto de Clóvis e pisa em seu ombro com muita força, estancando o enorme fluxo de sangue. Abaixa-se por um momento, e passa com toda leveza o seu facão sobre o peito sangrento de Clóvis. Ele ainda podia ouvir os seus batimentos cardíacos, algo que ele não suportava. Segurou o facão com as duas mãos, ergue com lentidão magistral o objeto até sua nuca, apreciando todo aquele líquido vermelho escorrendo pelas entranhas daquele ser. Em um estampido único e mortal, desce com uma velocidade abominável seus punhos em direção a boca de Clóvis. Levanta-se com o facão ainda cravado no crânio de sua vítima e puxa de maneira melosa, apreciando novamente o beiço de Clóvis partindo ao meio. O raquítico chama a atenção do grandão, avisando para que ele tire os pedaços de carne que vieram junto com o facão na puxada, pois ali dava para observar três dentes que ficaram pendurados. O chefe obedece e diz estar já muito cansado. Aglomeram-se e saem correndo no meio de um mato.              
No outro dia pela manhã, a vizinhança sente um odor estranho no ambiente, e Josué encontra o corpo de Clóvis próximo de uma esquina. Liga imediatamente para as autoridades, que encaminham uma unidade do I.M.L. Ficam boquiabertos com a cena, entretanto cumprem naturalmente com o seu serviço.
Documento 654b12. Fechado para arquivo.        Delegado Rui Brandão 13, fevereiro, 1962.
Toni tinha certeza, era Clóvis o assassino das garotas, as semelhanças do assassinato das moças com a maneira que Clóvis morreu eram impressionantes. O que ele concluiu é um possível retorno, quatro décadas depois, da alma de Clóvis vindo vingar a sua morte. Mas não sabe o porquê, o motivo dessa alma, ter mutilado duas garotas inocentes. Volta para seu abrigo todo preocupado com as coerências da nova descoberta. Ele havia descoberto o que acontecera naquela triste noite na Rua Guilherme Weight.
Agora ele precisava agir, o que fazer?

sábado, 12 de janeiro de 2013

O homem do Facão Sangrento – PARTE II


O homem do facão sangrento – PARTE II

De repente Marta tropica em uma pedra solta no chão, e como as duas estavam abraçadas, como em um efeito dominó, as duas caem juntas sob o solo rochoso. Marta esfola profundamente os seus joelhos, enquanto que Andressa, com seus seis fartos, teve o impacto reduzido, mas não o suficiente para provocar dois cortes na moça. Um em seu queixo, e o outro em seu seio esquerdo. Primeiro choraram de dor, e no mesmo instante, riram sem parar, uma olhando para outra. Mal sabiam elas o que lhes aguardava.
Vindo calmamente, por um pequeno trecho de capim alto atrás das moças, um homem de roupas antigas, vestindo uma camiseta xadrez cor de vinho, com dois furos no peito, botas de couro e uma calça negra aproxima-se delas. Até poderia ser uma cena normal, exceto o fato de que o homem não tinha o braço direito. E para completar o sinistro, o beiço do indivíduo era completamente deformado e sua mão esquerda portava um imenso facão que parecia produzir sangue de sua ponta.
Quando Andressa percebeu que havia alguém ali as observando, levantou agilmente, o seu corpinho sarado de academia se sobressaiu em relação a sua colega. Tenta conversar, questionar, algum contato qualquer com o homem esquisito parado a sua frente, mas sua voz não sai. Imediatamente, o ser das botas de couro vira seu corpo todo para esquerda, e depois para direita, e no momento que volta para a esquerda, solta com altíssima velocidade o seu facão no pescoço de Andressa. Uma cena chocante que faz Marta gritar desesperadamente, porém, em vão. Aquela rua era muito deserta. Era extremamente raro alguém passar por ali as 11:45 da noite de uma sexta-feira nebulosa. O homem sorri mansinho vendo Marta gritar e o pescoço de Andressa jorrar sangue por mais de dois metros de altura. O sangue subia até o alto e voltava em Marta e no ser misterioso. Quem é esse mentecapto. Marta agoniza em seus pensamentos .
O rosa da minissaia de Marta agora se confundia com o sangue fraco de Andressa, dando maior destaque a sua calcinha preta, que proporcionava maior contraste. Nesta altura, nem mesmo o desenho feliz e melancólico da Barbie poderia ajuda - lá. O homem da um passo a frente, lambe de ponta a ponta o seu facão e puxa Marta pelos seus curtos cabelos negros. Levanta ela até ficarem olhos nos olhos e em seguida, solta a moça. Marta fica se equilibrando em pé na frente dele implorando misericórdia. Ele parecia não entender a língua da moça, e com uma rapidez cósmica estoca o facão em seu abdômen. Desde vez não houve gritos, pois antes mesmo que ela pudesse gritar, o homem cortou a sua garganta levemente, danificando todas suas cordas vocais.
Assim aconteceu a tragédia da Rua Guilherme Weight naquela noite de sexta-feira, e nunca ninguém entendeu ao certo o que aconteceu com aquelas garotas. Quem foi que agiu com tamanha brutalidade com ambas, sem nem ao menos deixar pistas. Estupradores não foram, os corpos estão “intocados”...Não roubaram nada... Diziam os policiais. Parecia que tudo foi feito pelo simples prazer de assassinar e ver sangue jorrar. Pelo menos era isso que as autoridades diziam, pois uma única pessoa havia visto e gravado tudo o que acontecera. Era o jovem Toni, o tarado pelas meninas esculturais. Que clandestinamente com sua Sony 12 Megapixel filmava as duas gatas voltando do cursinho. Ele viu e registrou tudo. Ficou traumatizado com as cenas flagradas naquele dia. Ficou maluco e fugiu do bairro. Resolveu ir para o bairro de São Gabriel, onde tinha uma casinha de madeira para poder estudar o fenômeno que flagrou.
Com suas inúmeras tentativas de descobrir algo, vendo e revendo a sua gravação milhares de vezes e decidido a não revelar o material a ninguém, ele estuda muito cada detalhe do vídeo. Então, se depara com uma antiga lenda da década de 60 que seus avôs contavam. O caso de uma alma penada que assombrava o povo do bairro Santa Quitéria. A lenda de Clóvis. Curioso e paranóico ele foi até o centro Cultural no centro de Januário do Sul e revirou todos os arquivos antigos, até que finalmente encontrou o que queria. Talvez fosse melhor ele não ter achado...