quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Relances de uma paixão

Relances de uma paixão

Quando começo a finalmente esquecer você
De um modo falso,
Como quem não quisesse mais te ver...
Você reaparece,
Do nada uma nova chama cresce.

Será que você ainda realmente não se foi?
Pergunto-me como uma simples faísca do seu “oi”,
Pode causar um incêndio no meu peito nessas proporções!
Novamente tenho que monitorar minhas ações.

Estranho! É uma dor latejante que me fortalece,
Mas é essa intensidade de força que também me derruba.
Tenho outras opções...
Meras alternativas fúteis, reais ilusões.
Fugas fáceis de trilhar,
Mas é com você que desejo caminhar.

A nossa amizade foi aos poucos sendo construída,
Agora já não vejo ao certo uma saída...
Meus olhos cheios de lágrima enxergam problemas,
Parece que aceitar a solidão é a melhor alternativa,
Sim, miseravelmente baixar a cabeça e lamentar.
Mais uma vez ser ignorado e ignorar.

De sobressalto por mais uma vez me vejo pensando de modo desajeitado,
Penso alto e começo a falar sozinho:
Se a esperança é o sonho de um homem acordado,
Eu ainda tenho esperanças em você!


Jeferson K. 14/07/2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ter alguém para...


Ter alguém para...



Às vezes me pergunto se é pedir demais...
Ter alguém para estar comigo nos momentos normais.
Sair com essa pessoa à noite para uma jantar,
Ter alguém para conversar.
Vejo meus pais envelhecendo,
Sei que a cada dia que passa também estou crescendo.
É triste ver que alguns amigos de nossa vida vão sumindo,
Entretanto sei que com isso vou apenas evoluindo.

Aos finais de semana com você gostaria de passear,
Ter alguém para amar.
Realizar uma caminhada sem motivos no parque ou no bosque,
Escrever nossos nomes juntos em um poste.
Vejo que a minha família não é eterna,
Mas eterno será o meu amor por você.

Dias de frio com você em casa ficar,
Ter alguém para compartilhar.
Vendo filmes bobos até altas horas e sorrir sem culpa,
Não, por favor, não me dê outra desculpa.
Vejo o tempo passando e eu aqui sozinho,
Será esse o destino do meu caminho?

Dias de intenso calor com você mergulhar,
Ter alguém para se apaixonar.
Se apaixonar diariamente,
Esse é o segredo do relacionamento inteligente.

Dias tristes com você poder sorrir, sim,
Ter alguém para se divertir.
Com você quero alcançar o mar e o céu,
Quer casar comigo?
É só vestir o véu!

Preciso apenas de uma chance para tentar,
Uma oportunidade para lhe mostrar.
O quão grande é meu carinho por você,
O quão grande é o meu coração,
Que ao mesmo tempo em que ele é forte,
Ele também se derrete todo só de te ver.

Jeferson K. 22/04/2013

sábado, 13 de abril de 2013

Um dia Inesperado


Um dia Inesperado



Tempo,
Passagem de minutos e horas...
Quanto tempo que o tempo demora?
Não podemos entender ao certo o nosso tempo,
Mas tudo que presenciamos é um grande experimento.
Foi um dia inesperado,
Mas quem sabe o que esperar de um dia?

Pessoas aparecem do nada em nossas vidas,
Algumas são tão especiais que curam todas as nossas feridas.
Como explicar o motivo de alguém ter cruzado a nossa frente?
O motivo não pode ser muito diferente.
Acredito que para tudo existe uma razão,
E nesse caso, é uma grande paixão.

O meu coração é como uma pessoa exigente,
Mas a ele vou ensinar que deve ser paciente.
Terei de lutar mentalmente devagarzinho,
Para que meus sentimentos não se percam no caminho.
Assim eu poderia acabar saindo do trilho,
Como um pobre e desnorteado andarilho.

Trilho este que não quero deixar-me sair,
Não quero nada de ruim exibir.
Buscarei com todas as minhas forças não me perder,
Toda a minha força de vontade irei exercer.
Caminho esse que desejo muito traçar,
Pois parece que a cada novo minuto que vivo, nasci só para te amar.

O seu coração eu sei que não posso domar,
Mas tenha a ciência de que é com você que quero ficar.
Difícil vai ser não sentir ciúmes de você,
Mas no momento nada posso fazer...
Todos os seres são livres para tratar dos assuntos do coração,
Mas para você deixo uma questão:
Quer ser feliz? Basta segurar firme a minha mão.


Jeferson K. – 28/03/2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

“Tenha um bom sonho”


“Tenha um bom sonho”


“Tenha um bom sonho” – Foi o que ela me disse.
Um sonho mais vívido e intenso do que os dias reais,
Foram momentos de sensações fatais.
Fato magnífico. Algo surpreendente,
Que me deixou muito exigente.
Nesse sonho eu não sabia qual era a minha idade,
Apenas lembrava-se de toda a minha mentalidade.

Sei que foi daquela moça linda que o meu cérebro se lembrou,
E agora esse mundo imaginário a minha mente criou.
Não consigo mais nem ouvir as batidas do meu coração,
Mas a inspiração vem cada vez mais forte para talvez, compor até uma canção.
Nessa viagem fantástica todo momento que passava com você era muito importante,
Não queria nem saber de nenhum diamante.

Vejo agora toda minha vida caminhando,
E tenho a certeza que hoje estou te amando.
Nessa minha ilusão desvairada a idade não importava.
Pelo fato de que quando você gosta de alguém,
Você sabe que o ideal em uma paixão, é pensar muito além.

Oh mas que dúvida cruel até mesmo em um sonho!
Não sei se ela gosta de mim ou não,
Mas não posso deixar o meu sentimento passar em vão...

Nesse sonho eu era livre para amar,
Pensar e agir sem fronteiras,
Era incrível, nele não havia barreiras.
Preconceitos foram embora sem reclamar,
Oh menina linda, com você eu caminhei a beira-mar!
Foi daquele jeito...
Uma noite de sonho perfeito!

Como seria bom encontrar alguém que me dê valor,
Que se interesse por mim pelo sujeito que sou.
Mas de repente, num sobressalto espantado,
Eu volto à vida real e saio dos pensamentos fantásticos.
Vejo-me sentado na poltrona ao lado da minha cama,
Não consigo mais visualizar na minha mente a pessoa que talvez que ama.
Pergunto-me,
Como faço para esse sonho se tornar real?
Seria possível ou besteira total?
Não estava mais visualizando o sorriso dela.
Sei dizer que acordei e o meu coração estava completamente arrasado,
Sim, eu estou apaixonado!

Jeferson K.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Devaneios de um ex – menino inocente


Resumo: Pensamentos de um velho homem que se arrepende de não ter realizado algumas coisas na sua juventude. Ao mesmo tempo ele ainda tem receios sobre o que sentia na época. Um velho pessimista talvez?

Devaneios de um ex – menino inocente



Queria poder sozinho voltar no tempo e retornar alguns anos,
Para que com você pudesse elaborar vários planos.
Mas esse meu tempo já se passou,
E nessa época ninguém me amou.

Quantos anos seriam necessários voltar?
Entendo que isso é questão difícil de explicar.
Descobrir como fazer para amar você, sem medo de te perder.
E agora que já se passou esse tempo... Como devo proceder?

Com aquela pessoa almejo tanto um belo passeio,
Mas agora sei que sou um ex-menino inocente enfrentando um devaneio,
A mente pode ser um labirinto aberto,
De você busco maneiras de ficar perto.
Ah! Acho que não quero mais saber de você...

Sou bicho fraco, sempre com esse medo de me iludir,
Mas não quero ser ruim o bastante para sua mente confundir.
Só tenho a certeza de que quando esse barco naufragar,
Eu sei que irei me machucar.

De nada adianta tudo que um dia lhe disse,
De nada adiantará a minha nobre tolice.
Meu pensamento voa hoje lá no alto criando uma falsa expectativa,
Tenho que capturá-lo? Ou ensiná-lo a realizar nova tentativa?

Não consigo tirar isso da cabeça nem um mísero segundo,
Coisa nova? Não, acho que é coisa de outro mundo!
Parece que lá na frente já estou vendo algo dando errado...
Aqui, agora, vou treinando meu coração para não ficar magoado.

Jeferson K. 01/04/2013







sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Flechada


A Flechada

Hoje eu deveria estar mais uma vez feliz,
Mas meu cérebro não me deixa trabalhar em paz.
Quanto mais eu luto para não lembrar,
Aí sim, me lembro mais!

Isso não tem sentido algum,
Que sensação estranha,
Nunca a vi pessoalmente...
E só de pensar em ficar sem falar com ela,
Parece que fico doente.

É... O coração gosta de pregar as suas peças,
Ou será que é o meu cérebro mesmo que não se interessa?
Um dia você está só e feliz,
Não dá o valor adequado a esse sentimento.
De repente você continua só...
Entretanto com um sentimento de vazio profundo,
Será que estou sozinho neste mundo?
Um vazio criado por uma falsa expectativa,
A ilusão de uma paixão correspondida.
Um amor encontrado a primeira vista?
Quem dera nesse momento se eu fosse um otimista...

Num mundo muito distante deste lugar,
Agora, dois indivíduos começaram a conversar.
De um lado o coração lamentando,
Do outro, o cérebro argumentando.

A dúvida da dupla ali presente,
Era algo muito pertinente.
Questionavam-se sem parar,
Hora um, hora outro, os dois gritavam ao ar!
Parecia que com eles tudo era sempre combinado,
Mas quando ela chegou, parecia que havia passado um tornado.

Qual é o sentido da felicidade?
Seria viver pela eternidade?
Será que existe uma coisa certeira?
Queriam descobrir alguma coisa verdadeira.

O cérebro perguntava ao coração:
Por que estas a chorar, nem o rosto da pessoa amada você avistou...
Mas compreendo, me fala aí,
Depois de tudo que passou,o que é que restou?

O coração rebatia meio deprimido:
Não sei o que houve comigo,
Talvez agora mais do que nunca estou precisando de um amigo,
Iludi-me, acreditando em uma paixão irreal,
Fato esse que você pode verificar que não é legal.
Seria um amor impossível?
Algo muito fantasioso?
Ou eu que fui um coração ansioso?

Calma Coração... - respondeu o cérebro.
A vida é feita de momentos únicos, especiais e profundos,
Sei que com ela você sonhou em ficar todos os segundos.
O sentimento que você passou, também mexeu com meus sentidos.
Nós fomos atingidos ao mesmo tempo,
Por uma flechada muito afiada e certeira,
A flecha da paixão!
Essa flecha nos cegou completamente,
A minha razão apagou-se, deixei de ser inteligente.
Não conseguia enxergar nada além do próprio nariz,
Tudo em busca de imaginar de que com ela poderia ser feliz!

01/02/2013
Jeferson K.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Flor Misteriosa



A Flor Misteriosa
Mistérios, Imaginações.
Essa Flor eu não conheço pessoalmente,
Ainda não tive a honra de ficar na sua frente.
Flor que na minha mente guarda muito mistério,
Dentro da minha alma, algo me diz que deveria ser um caso sério.
Uma linda flor tem a capacidade de nascer em qualquer lugar,
Toda noite quando vou dormir só penso em te amar.

De todas minhas dores,
Se algum dia eu não gostei de flores,
Esse dia eu desconheço.
Mas como pouco entendo delas, sempre a espaço para um começo.
Desde o dia em que tive a coragem de lhe conhecer,
Percebi que minha visão sobre flores evoluiu muito.
Com sua beleza você chegou e deixou a concorrência desleal,
Mesmo competindo com a mais bela e rara flor de um jardim,
Sim, queria entender como ter você perto de mim.

Por horas posso admirar o seu olhar,
Simplesmente impossível não se apaixonar.
Como uma pétala de Jasmim solta ao vento,
Parece que você é o melhor invento,
Minha imaginação voa livre...
E em um instante astuto,
O meu coração bate mais forte nesse minuto.

Todos os seus segredos, Oh! Flor Misteriosa, sonho descobrir,
Dividir os meus e depois sorrir.
Como alguém como eu não pude antes perceber,
Que na vida é uma paixão que faz o mundo acontecer.

Depois que comecei a conhecê-la,
Minha vida começou a ter um novo sentido.
O sentido de que uma paixão só é linda,
Se encontrarmos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.
E deste modo, realmente viver!
Intensamente o hoje,
Lembrando o passado, planejando juntos um futuro.

Talvez não sejam possíveis momentos de certezas absolutas,
Mas a garantia de alegria constante mesmo durante as lutas.
O meu jardim com você agora ganha vida,
Curou de modo especial toda aquela ferida.
Como num sonho mágico um nobre evento ocorreu,
Oh! Flor Misteriosa... Como faço para ser seu?
Naquela noite, com o luar maravilhoso da primavera. As flores do jardim impressionantemente ganhavam vida. E pouco a pouco todas começaram a se reunir próximas a Flor Misteriosa.
Um raio tímido de luz surgiu da Lua, branca como a neve, cortou a imensa escuridão da noite e atingiu o rosto da Flor Misteriosa. As flores inexplicavelmente começaram a falar:
A Margarida elogiou os olhos da Misteriosa.
A Tulipa comentou sobre seus lindos cabelos.
A Rosa Vermelha ficou meio enciumada... Mas cedeu, apontando e elogiando o seu fascinante sorriso.
A Rosa Branca, Ah! A sábia Rosa Branca... Ela tinha o dom de ver além da beleza externa desta Flor Misteriosa... Ela conseguia enxergar o seu caráter, sua pureza e sua vontade de crescer na vida... A Rosa Branca se abriu, emocionada, e derramou lágrimas de alegria na grama verde escura.
Com essas palavras as demais flores ali presentes, em uníssono admitiram sem pestanejar. A Flor Misteriosa era a mais bela dentre elas naquele imenso jardim. O jardim chamado Terra!
Jeferson K.
23/01/2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A mente de um soldado – parte II


A mente de um soldado – parte II

Traumas de guerra são constantes
Abalam os que se denominam veteranos
Indivíduos que dedicaram muitos anos
Lutando por motivos banais
Efetuando mortes desleais

Se alguém lhe perguntar:
O que leva um humano a matar outro humano?
Eles diriam sem pestanejar:
A força e a superioridade de nosso país!

Agora eu lhes questiono:
Que país? Quem é que tem direito de matar outro pai de família?

Ah... Ignorância de governantes
Mentecaptos orgulhos e repugnantes
Deixaram toda população em seus recônditos com os corações pulsantes
Calafrios e devaneios totais
Não, não verei você minha filha, nunca mais!

Papai você não pode ir!
Desculpa minha filha o dever não me deixa fugir!

Hoje, mesmo depois de muitos anos
Tento me esconder debaixo de alguns panos
Busco não me lembrar e pensar quantas vidas tirei,
quantos sonhos eu roubei...

É inevitável. A insônia me persegue
Parece que todas as almas dos soldados que dilacerei
Estão ao meu redor, e eu estou no centro. Como um rei!
Uma majestade das trevas
Glorioso soldado vencedor
Que hoje, mesmo depois de 30 anos, só sabe o que é sentir dor.


O Homem do Facão Sangrento - Parte FINAL


 O Homem do Facão Sangrento - Parte FINAL
Assim que Toni chega à sua tapera, liga seu rádio relógio em uma estação suave, prepara uma dose de Martini na mesa da cozinha e bebe tudo em um único gole. Resolve ligar para alguma igreja, alguns centros de rituais sobrenaturais, seitas diversas, entre outras coisas absurdas. Retira o fone do gancho e começa a discar o número da igreja mais próxima, decidido a revelar o caso ao padre Thomas. Esse padre era a pessoa que ele mais poderia confiar, pois foi o padre que o batizou, realizou sua primeira comunhão e o crisma. Será que ele vai acreditar em mim? Pensava Toni. No momento de digitar o ultimo algarismo do seminário onde Thomas mora, um barulho sinistro o assola. Uma explosão pouco sensata vem da sua cozinha, seguido de barulhos de cacos de vidro caindo pelo chão. Toni se assusta ao pensar o que causou este grande estrondo, então corre em direção à sua cozinha para verificar. Na mesma hora fica pálido e ofegante. Os cacos de vidro estavam vertendo sangue. Com as mãos na cabeça Toni resolve sair da casa, mas para sua infelicidade a porta se trancou e o trinco estava com um calor absurdo, fervendo como lavas de um vulcão feroz. Gritou de dor ao queimar a palma da mão e correu em disparada ao seu quarto. Retirou de uma gaveta próxima a sua cama de casal mal arrumada um revólver calibre 32 carregado de balas. Eu te mandarei novamente para o inferno seu miserável. Já sei quem é você! Gritava Toni já com o pressentimento de que fosse Clóvis.
Uma sombra flamejante se projeta em seu quarto. Toni começa a tremer e recuar até a quina das paredes de seu quarto, com a arma apontada para a porta. A primeira coisa a aparecer dentro do quarto de Toni foi o facão. O colossal facão de Clóvis, que reluzia ferozmente a triste e tímida luz do foco do ambiente, balançava para todos os lado. Toni dispara dois tiros no facão, em vão. As balas ricochetearam no artefato de metal e foram em direção opostas, perfurando as frágeis paredes de madeira da tapera. Surpreso com o efeito colateral que ocorreu Toni decide gastar as quatro balas restantes no peito de Clóvis. O ser, que parecia ter adivinhado o pensamento de Toni, da às caras e deixa seu peito bem a mostra, levantando seu único braço para cima. Toni não pensa duas vezes e descarrega tudo no seu peito. Sangue espira pelo chão de cimento rústico e pela cama. Clóvis esboça um sorriso, entretanto desiste da graça e “engatilha” seu facão, jogando sua mão para trás. Com um urro alto, dispara o facão na testa de Toni, que gruda na parede em estado de óbito na mesma hora.
Clóvis se aproxima da vítima, admira todos os por menores da ferida (do rombo?) e retira seu facão do crânio. Em seguida, desaparece do local.
 Demorou três semanas para encontrarem o corpo de Toni apodrecendo naquela casinha de madeira de São Gabriel. O delegado da cidade encontrou todas as fitas, vídeos, jornais, relatórios e demais registros pessoais do rapaz. Estudou tudo detalhadamente, e com medo de ser a próxima vítima do ser sobrenatural, resolve levar tudo para o cemitério e queimar todo o material em cima da cova antiga de Clóvis. Quando chegou ao cemitério municipal de Santa Quitéria o delegado ficou pasmo. Estranhou o curioso fato da cova de Clóvis estar ali há quase meio século, sem que nunca fossem enterradas outras pessoas naquele local. De qualquer modo continua com seu plano. Tenho que eliminar todo esse material, para mim chega dessa palhaçada toda. Quando o delegado acende o seu isqueiro para dar início à queima de todo material de Toni, um braço putrefato com um facão sangrento sai da terra fria e úmida decepando com brutalidade o seu braço. Na seqüência, o delegado é esquartejado. Para encerrar, Clóvis enterra precariamente os pedaços do policial no mesmo local onde foi enterrado a mais de quatro décadas.
No outro dia pela manhã, duas crianças passavam pelo lado externo do cemitério, caminhando em direção a escola. Olhando para os céus as duas garotinhas inocentes não conseguiam compreender o que estava acontecendo naquele local. Um enorme bando de urubus e abutres sobrevoava furiosamente toda a extensão central cemitério da pacata cidade de Januário do Sul.